sexta-feira, 27 de julho de 2012

Flor


A flor, em seu ínfimo estado,
sorriu-me enquanto passava
(tão inútil, tão pesado!)
e ela ao vento brincava.

Em minha tosca ignorância,
quisera eu - alma de flor,
alguma pretensa verdade
em estar - e em ser sublime
mas só me restava vaidade
(oh, inútil veleidade!)
esquizofrênica ganância
tola leviandade!

E a flor, calma em seu estado ínfimo
jazia - e sorria - à margem de meu caminho.
Sorria de minha pífia condição
(-“pobre ente, carente de opção!”)

Eu só buscava uma plausível direção
perdido e sujo, atolado e tão preso ao meu chão.
Mirei a flor, fenecendo e impassível de minha situação
E vi-me - sombrio espelho - caminhando tão sujo, perdido e vão.