quinta-feira, 8 de maio de 2014

MANIFESTO DO AMOR LIVRE




Já riscaram de sangue o amor
Foi um horror
Os corações vestidos de bandeiras
Como idolatrias,  
Cercados de inimigos
dos vasos às artérias:
riscando no pulso
fronteiras.
Fielmente,
Burocraticamente delimitadas,
modeladas,
regradas palma a palma.
O espaço da loucura,
era a boca que cala.
É o sentimento
se fez calo.

É qualquer coisa insana
Essa insensatez planejada.
Tudo departamentado,
Um armário cheio de gavetas,
Onde lá no fundo
Guarda-se uma angustia
Uma confusão.

A peça única,
Como é cada batimento a dois,
Aquilo que chama amor,
Fora o que viera
da penumbra que fez a lanterna
esquecida ao acaso no silêncio.
Dali ao destino,
luziu no fio de seda
havia uma aranha e uma morte.

Certo assim é chamar amor
Aquilo que nasce por encanto,
Que é verdade pronunciada
Sempre,
Pelo meio,
Como só pode ser
Algo de essência eufórica
Muito perto
Do sem folego.
  
A esse astro
Não cabe papel em teatro
Pois não há mascara,
Para vestir-lhe a cara.
Nem há cerca capaz de Justapô-lo
Não sem desfigura-lo.

O amor é um pássaro
Risonho ao fim da tarde,

Vivo, porque voa. 

Um comentário:

  1. Vivo porque respira os céus, uma essência ainda maior. Enche o pulmões num suspiro e colore tons na vida de quem ama...

    ResponderExcluir