sexta-feira, 3 de agosto de 2012

ZUMBI

Um, levantou-se logo, apresado limpou-se. Seguia a risca os figurinos da boa figura. Em outro espaço saia sorrateiro do sanatório, o outro. Este aproveitou que os certos tem medo de escuro e correm das poeiras da lua. Já na rua, ouvia mil sons. O certo, da janela do ônibus (quadro onde, cotidianeamente, pintava sua arte de certeza) observou. A cena:   


Zumbi!
De zumbir, som
que lhe abala as carnes
opera do perturbadado.
persegue notas coloridas com os olhos
dança abraçado a si mesmo
abrasado em camisa de força. Sorri
feliz, triste, abobado
jamais abandonado pelo belo.

Louco! Grita
agudo o Certo.
De terno. Vestido em linho
engomado, empossado
do trono asséptico, lousa cara. Clara
como sua cara branca, a mesma
que sustenta julgadoras rugas fundas.

Zumbi!
Das carnes podres.
Velho. Verme
fujão, figura fugaz,
do que está morto!
Segue a massa. Seja
como a massa que se aborta do estomago (vômito).
[L.B] 
 

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