terça-feira, 19 de março de 2013

ESTA(N)DO MAR




Soam. Cálidas trombetas.
Tocando ao horizonte, navios de madeira molhada
Tomba, afoga-se o tombadilho. Oh! Mar em fúria
Cedo, ruindo os pormenores,
doados ao imenso azul.
Céu e mar.
Cedo. Ainda está?
Não governas aqui, tempo,
São febris tempestades, titãs do espírito,
intratáveis ao seu consolo.

- Os espíritos não se dobram
E não vestem roupas perenes -  

Cedo. Admirado.
Inebriante horizonte!
Pôr e poente:
olhos de estrela. Poética frieza,
(dos cobertores velhos)
Rubra face luz. Reluz cadencias
(das águas mornas)

Tudo nasce e morre em ciclo
Cada morte é um sorriso,
cada choro uma gestação.
Tudo vive em mim
Onde caibam, no peio
mar revolto.
Dançam cantos. Em outros cantos
de memória.

Velamos a veleidade.
Porque é sempre cedo (ou tarde!?).  
Param as águas, paira o olhar,
exala cheiro de chuva
e o mar esconde sua devoção,
na imensidão das sombras.       
[L.B]


       

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