sábado, 30 de novembro de 2013

CONQUISTA


Quando doura o céu ao fim da tarde
pedindo um plano de enquista,
um mapa astral, genético, cultural
que revê-le o que queremos,
o que seremos amanha:
Na multidão
Acotovelam-se ou rezam
para sobressaírem à frente
com brados heróicos, atropelando-se,
por uma soberba conquista ou
frívola vitória.
Um elefante branco – gesso –   
Decorado com marfim,
paquiderme que fora antes do ataque
vida andante sobre a savana.
Para as perguntas que assim me aparecem,
Nego a salivar,
Apresso o corpo a consolar-me na caverna de barro amarelo,
onde pintei nas paredes
todos os dias desse ano
formas com pigmento naturais.
Apeteço da lua lá fora
Lembro uns olhos – seus –
Que palpitam meu peito
Então sei do que quero ser
- calado –
Qualquer coisa ao seu lado.
Uma folha a rolar nas montanhas do seu corpo.
Uma concha a dormir no profundo dos seus lábios.
[L.B]

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