Entre
vidros intercalados
e o
abafado movimento
que dos
corpos povo faz, massa comprimida,
a piada
máxima se apresenta,
em
cartaz: menina urbana.
Corre
rápido em meus olhos e gruda à consciência.
De quem
fala Deus consumo?
Das
meninas magras, tortas entre as sarjetas estupradas.
Ou
doutras,
de
braços finos a trabalhar caladas,
com o
chicote da fome a descarnar o colorido da alma.
Os
dentes abre, caninos, sobre minha voz,
sarcástico
sorri em resposta.
Uma
dura face plástica mostra,
rude,
miséria, fútil.
Na rua
seguem anúncios.
Oferecem
bom coração.
Comida
verde, crocante, brilhante.
Saúde
de guarda
e
guarida aos medos frívolos.
Tudo se
compra logo ali.
Um
depois do outro pode se ter
e
amanhecer contente
em
travesseiros mornos.
Abre os
olhos
O mundo
gira
mais
uma folha cinza se desprende, pesada.
E o
frio, do velho apático arranca o ultimo suspiro.
Congelado
entre papelões molhados.
Morte!
Sopra vidas ao abismo,
destino
bom aos desgarrados,
inferno
aos carniçais de méritos médios
e fácil
contentamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário