Jatos,
naves, motores. Tudo aos pés cansados, envoltos de malemolência. Os caminhos do
homem perderam destino! As máquinas o carregam! Infortunamente, é maior o
desgaste, ser levado à lugares detestáveis, de aço maciço. Grandes barras,
grossas, cinzas. Telas, chips, configurações. Estão montadas as peças metálicas
de barulho escandalosamente sintético. Saltam imagens repetidas, perpetuadas na
retina fadada ao cansaço, tanto que tomam cores artificiais, os olhos vidrados,
vitrálicos. A armadura formada, firmada, está mantida em máquina, o vulnerável
espírito e corpo humano.
Repentinamente,
vieram as torres, são altos emaranhados de ferro, com pontas finas para espetar
nuvens e fazer chover, isso acontece se por um acaso cruza o céu um cometa
tempestuoso. Donde caem raios revoltosos, prontos a atacar o aço e metal, em
toques extremos! Ouve-se sinos, gritantes, e logo começar a se debater a velha
mente juvenil, e a atordoada melancolia é sobrepujada às engrenagens antigas, e
estas convertem-se em veias e sangue. É cruel o imposto esforço maquinário,
estourando os tecidos naturais, apertando entranhas que intensificam vontade de
expansão. Enquanto os raios caem, ocorre um lapso mental, os olhos viram e
reviram, resistentes, deixando cair os parafusos enferrujados, expulsando-os.
As íris tomam forma e cor, prateadas, esbanjam as energias celestes e mostram
fúria calída como chuva morna, e as escorridas lágrimas multidimensionais
corroem o aço histérico. Há força e chamas nos pedaços de tecido da placenta enevoada
e acordada pela batida em tom de nota sol, em solo metálico. Movem-se as curvas
não robóticas no corpo estremecido, os olhos se voltam ao céu e as nuvens cor
de lua estão sendo fadadas, dão lugar à uma fumaça tóxica. O ser fragilizado,
renovado, se debate em seus azuis, desesperado, ferindo-se, as porcas e
parafusos injetados agem como ácido na pele fina. Não é mais máquina?
As
tempestades não se eternizam, mesmo sob a força dos deuses celestes, os raios
se esvaem, e desejo de olhar o horizonte espanta-se. Está detido às telas
novamente. Espera-se, porque está sempre a esperar um escrúpulo, o tempo, em
que em alguma dimensão nos buracos negros possam envolvê-lo com as chuvas. As
máquinas não sabem sentir, sabem-no repetir. Repetir a mesma matéria morta dos
motores, destino fulminante de existência escravizada.
[C.V]
[C.V]
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